Esposa de ex-premiê do Nepal é queimada viva em protestos contra o governo
Foto: Reuters
A crise política no Nepal atingiu um novo patamar de violência nesta terça-feira (9), quando Rajyalaxmi Chitrakar, esposa do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal, foi queimada viva após manifestantes atearem fogo à sua residência em Katmandu. O ataque ocorreu no bairro de Dallu, área nobre da capital nepalesa, e resultou na morte de Chitrakar, que não resistiu aos ferimentos após ser socorrida em estado crítico para o Hospital de Queimados de Kirtipur.
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Este incidente é parte de uma onda de protestos violentos que se espalham pelo país desde a última quinta-feira (4), quando o governo do Nepal bloqueou 26 plataformas digitais, incluindo Facebook, X, YouTube e LinkedIn, gerando indignação entre a população, especialmente entre os jovens da geração Z. A hashtag “NepoKid” ganhou força nas redes sociais, criticando o estilo de vida luxuoso dos filhos de políticos nepaleses em meio à pobreza generalizada e ao alto índice de desemprego entre os jovens.

A repressão policial aos protestos resultou em pelo menos 22 mortes e mais de 340 feridos, conforme informações da imprensa local. Em resposta à crescente pressão popular, o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli renunciou ao cargo nesta terça-feira (9).
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Além do ataque à residência de Khanal, outros líderes políticos também foram alvos de agressões. O ex-primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba e sua esposa, Arzu Rana Deuba, atual ministra das Relações Exteriores, foram agredidos em sua residência em Budanilkantha, Katmandu, por manifestantes que invadiram o local.

Os protestos também resultaram em danos significativos a prédios públicos, incluindo o Parlamento e o escritório do presidente. A violência levou o governo a impor um toque de recolher e a fechar o Aeroporto Internacional Tribhuvan, após manifestantes tentarem invadir suas instalações.
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O presidente do Nepal fez um apelo por calma e diálogo, buscando restaurar a ordem no país. Entretanto, a situação continua tensa, com milhares de manifestantes ainda nas ruas exigindo mudanças políticas e sociais significativas.
