Obra de duplicação do Anel Viário se arrasta por 15 anos e ganha novo prazo na Grande Fortaleza

Milhares de veículos passam pelo Anel Viário diariamente, que conecta sete rodovias, entre estaduais e federais — Foto: Kid Júnior/SVM
A obra de duplicação do 4º Anel Viário de Fortaleza segue sendo uma novela inacabada que se estende por quase 15 anos desde seu início em 2010. Após vários aditivos, paralisações e troca de gestão entre o DNIT e o Governo do Ceará, a duplicação ainda não foi plenamente finalizada, mas agora tem novo cronograma e reforço financeiro.
Histórico problemático
A duplicação começou em março de 2010, com contrato para consórcio Queiroz Galvão/EIT no valor de R$ 188,9 milhões, com entrega prevista em 2012. Logo entrou em crise: desistências e atrasos levaram à transferência da obra para o Governo do Ceará em 2012. O projeto enfrentou múltiplos entraves—rescisão de contrato em 2015, religitações, paralisações por chuvas, procurações judiciais de empresas e baixa execução efetiva até 2022, quando a responsabilidade passou definitivamente ao Estado.



Situação atual
Hoje, trechos críticos como o viaduto sobre a BR-116 permanecem incompletos. Ainda faltam acessos viários essenciais, acostamentos, recapeamento e infraestrutura de apoio, mesmo com partes duplicadas já em operação.
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Retomada recente e novos recursos
Em julho de 2024, o governador Elmano de Freitas anunciou a retomada das obras no início de agosto, com investimento de R$ 97 milhões em convênio com o Governo Federal. Posteriormente, o governo divulgou que o valor total investido já ultrapassa R$ 180 milhões, com mais R$ 100 milhões reservados para concluir os 60 km em duplicação, acessos, retornos, ciclovias e sinalização.

Nova previsão de conclusão
Elmano anunciou que os trabalhos devem durar entre 12 e 15 meses a partir da ordem de serviço assinada em agosto de 2024, com conclusão esperada até o final de 2025 ou meados de 2026.
Impactos socioeconômicos
Especialistas alertam que a falta de conclusão da duplicação encarece o frete logístico em até 30%, devido à lentidão e ao tráfego interrompido, especialmente crítico para o escoamento entre os portos de Pecém e Mucuripe. Engenharia e infraestrutura seguem como gargalos para o desenvolvimento e competitividade do Estado.
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Contexto Técnico-Logístico
Principais entraves identificados: burocracia, desapropriações, atualização de projetos, licenciamento ambiental e má gestão contratual
Extensão da via: cerca de 32 km, conectando entroncamentos com BR-020/BR-222 e CE-010/CE-040, com fluxo médio diário de 50 mil veículos
Trechos já concluídos: pontes sobre rios Coaçu, Gavião e Siqueira; viadutos nos entroncamentos com CE-065, BR-020/BR-222 e Nova Metrópole; trecho duplicado entre BR-222 e CE-040, faltando apenas ciclovia.
