Sete policiais acusados de se omitir na Chacina do Curió são absolvidos pelo júri popular

Famílias e amigos das vítimas fizeram vigília em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua durante o júri. Foto: Ismael Soares
Na noite deste domingo (31), o Tribunal do Júri, após sete dias de julgamento no Fórum Clóvis Beviláqua, absolveu os sete policiais militares acusados de omissão durante a Chacina do Curió, ocorrida em novembro de 2015, em Fortaleza. O Ministério Público do Ceará (MPCE) anunciou que recorrerá da decisão.
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Os réus eram denunciados por integrar o chamado “Núcleo da Omissão”: agentes que, segundo as investigações, estavam de serviço na região e em viaturas caracterizadas, mas não prestaram socorro nem impediram os homicídios que deixaram 11 mortos e sete feridos. A acusação inclui homicídios duplamente qualificados, tentativas de homicídio e crimes de tortura física e psicológica.
Os policiais absolvidos são:
- Sargento PM Farlley Diogo de Oliveira
- Cabo PM Daniel Fernandes da Silva
- Cabo PM Gildácio Alves da Silva
- Soldado PM Francisco Fabrício Albuquerque de Sousa
- Soldado PM Francisco Flávio de Sousa
- Soldado PM Luís Fernando de Freitas Barroso
- Soldado PM Renne Diego Marques
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A decisão gerou revolta entre os familiares das vítimas. As “Mães do Curió” criticaram o veredito dizendo que o sistema falhou:
“É dessa forma: se omitindo. Da mesma forma que aqueles policiais se omitiram de impedir mortes e socorrer vidas. Assim é o sistema: se omite.” – destacou Silvia Helena Pereira de Lima, mãe de uma vítima.
Este julgamento foi o quarto dos previstos relacionados à chacina. Já haviam ocorrido três sessões: a primeira resultou em condenações, a segunda e terceira contaram com absolvições e sentenças mistas. A quinta sessão está agendada para o dia 22 de setembro de 2025, quando mais três militares vão ao júri.
