Ceará decreta emergência após sobretaxa dos EUA afetar mais de 90% das exportações do estado
© REUTERS/Amanda Perobelli/Proibida reprodução
O Governo do Ceará publicou, nesta quinta-feira (4), o Decreto nº 36.828/2025, reconhecendo situação de emergência em razão do aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros desde agosto.
O decreto, assinado pelo governador Elmano de Freitas, tem como objetivo agilizar medidas de apoio e coordenar ações de defesa para empresas e trabalhadores diretamente impactados.
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📉 Exportações em risco
O Ceará é o estado brasileiro mais dependente do mercado norte-americano, com mais de 44% das exportações destinadas aos EUA. Os principais itens enviados são produtos de siderurgia, frutas, pescados, pás eólicas e outros.
Mais de 90% da pauta exportadora cearense não foi incluída nas exceções do decreto americano e sofre a sobretaxa de 50% – uma das mais altas entre as medidas da guerra comercial promovida pelo governo de Donald Trump.
📢 Apoio às empresas locais
Entre as ações em curso, o governo estadual abriu edital para compra de produtos de empresas que comprovarem queda nas exportações. Serão adquiridos alimentos como mel, castanha, filé de peixe, água de coco e cajuína. O prazo para adesão termina nesta sexta-feira (5).
⚠️ Conflito político e sanções
As tarifas fazem parte de um pacote de retaliações do governo Trump contra o Brasil, que incluem:
- investigação sobre o sistema Pix,
- sanções financeiras contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Moraes é relator do inquérito que apura a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro, foram indiciados por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
📊 Plano Brasil Soberano
O governo federal lançou o Plano Brasil Soberano para apoiar exportadores e trabalhadores. Entre as medidas, estão:
- R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações,
- R$ 4,5 bilhões em fundos garantidores,
- R$ 5 bilhões em crédito via Novo Reintegra.
O presidente Lula afirmou que o plano busca fortalecer o setor produtivo e abrir soluções diplomáticas e multilaterais para reduzir o impacto das tarifas.
