Número de pessoas em busca de emprego há mais de um ano diminui 21%

O Brasil registrou, no segundo trimestre de 2025, o menor número de pessoas desempregadas há mais de um ano desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. Segundo a PNAD Contínua Trimestral divulgada nesta sexta-feira (15), 1,913 milhão de trabalhadores estavam em busca de emprego entre abril e junho, número 21% menor que no mesmo período de 2024. Em todas as faixas de tempo de procura houve queda, com destaque para quem busca vaga há dois anos ou mais, cujo contingente caiu 23,6%.

O levantamento também apontou recordes históricos no mercado de trabalho. A taxa de desemprego ficou em 5,8%, a menor já registrada, acompanhada de aumento nos empregos com carteira assinada (39 milhões) e no rendimento médio mensal, que chegou a R$ 3.477. Além disso, 12 estados alcançaram o menor índice de desemprego para um segundo trimestre, com destaque para Santa Catarina (2,2%), Espírito Santo (3,1%) e Minas Gerais (4%).

Segundo o analista do IBGE William Kratochwill em entrevista à Agência Brasil, os dados mostram um mercado de trabalho mais resistente a oscilações, diferente de anos anteriores, quando o início do ano costumava registrar alta no desemprego devido às demissões pós-temporada. Ele destacou ainda efeitos positivos, como a queda da informalidade (37,8% da população ocupada), a criação de mais vagas formais e a valorização salarial.

O estudo também revelou diferenças por perfil da população. A taxa de desemprego entre mulheres (6,9%) segue acima da dos homens (4,8%). Entre os brancos, o índice é de 4,8%, contra 7% para pretos e 6,4% para pardos. O nível de escolaridade também influencia: quem tem ensino médio incompleto registra taxa de 9,4%, enquanto para pessoas com ensino superior completo o índice cai para 3,2%.